Cinco guerrilheiros desertaram da Renamo e, decidiram se filiar as Força de Defesa e Segurança.
São eles Horácio Sabonete (sargento), de 47 anos; Ribeiro Namanga (sargento), 51 anos; Afonso Simon (49 anos); Ernesto Gecomia (49 anos) e João Charles (47 anos), todos soldados e naturais das províncias da Zambézia, Tete e Sofala, cuja história de entrada nas fileiras da Renamo tem quase a mesma descrição.
Segundo avançou o AIM, os referidos guerrilheiros não apresentaram qualquer tipo de documento que comprove que eram elementos da “perdiz”, mas garantiram que participaram na Guerra dos 16 anos entre o Governo e a Renamo.
Segundo a fonte referida a cima, Horácio Sabonete, que se filiou à Renamo desde os 18 anos de idade, disse ter perdido a sua juventude nas matas e que está muito arrependido, mas alegre de estar hoje na cidade, onde juntamente com os seus colegas quer levar uma vida diferente.
Sabonete disse ainda estar cansado de ficar nas matas, até porque quando foram reagrupados a informação que lhes foi dada não tinha nada a ver com a guerra, mas sim com dinheiro.
“Muitos dos meus colegas que nada estão a fazer, senão estar no mato, querem regressar à vida civil, mas receiam o pior”, disse o ex-guerrilheiro citado pelo AIM.
João Charles, também sargento e natural de Sofala, disse, por seu turno, que trabalhou em Marínguè, província de Sofala, mas não está interessado em voltar a pegar em armas depois de 16 anos de provas difíceis, por isso a sua entrega é a melhor opção.
O ex-guerrilheiro, que disse ser esposo e pai de seis filhos, deixou uma mensagem apelativa aos seus companheiros de trincheira no sentido de renunciarem a vida das matas e se juntarem à vida nova que as autoridades estão dispostas a oferecer a todos.
O porta-voz do Ministério dos Combatentes, Horácio Massangai, disse que a amostra de ontem é a terceira e visa essencialmente demover os outros concidadãos ainda nas matas a abandonarem a opção tomada e se juntarem ao processo de integração promovido pelo Governo.
“Para este caso, foi uma amostra de cinco guerrilheiros, mas existem outros que se estão a entregar a nível das províncias”, disse Horácio Massangai, citado pelo AIM.