A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique confirmou hoje à Lusa que houve um atraso na liberação de 260 milhões de meticais (aproximadamente 3,8 milhões de euros) destinados aos concorrentes nas eleições gerais de outubro. Esse montante ainda não foi transferido pelo Governo.
“Infelizmente, o valor ainda não foi disponibilizado pelo Governo. Portanto, estamos à espera”, afirmou Paulo Cuinica, porta-voz da CNE, à Lusa, reconhecendo que o processo já está “atrasado”.
Em julho, o porta-voz da CNE havia indicado que a expectativa era disponibilizar essas subvenções no início de agosto para os partidos, coligações e candidatos à Presidência da República nas eleições gerais de 9 de outubro, levando em consideração o início da campanha eleitoral em 24 de agosto.
De acordo com o cronograma da CNE, os fundos para as campanhas dos candidatos à Presidência da República, dos candidatos à Assembleia da República, das assembleias provinciais e dos governadores de província deveriam ter começado a ser liberados no final de julho.
Hoje, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) expressou sua insatisfação com esses atrasos, afirmando que isso prejudica a preparação da campanha eleitoral.
“O impacto imediato é a produção tardia do material de campanha”, destacou Marcial Macome, porta-voz da Renamo, durante uma conferência de imprensa realizada em Maputo.
“Entendemos que este atraso é intencional, pois o partido da cor de sangue [Frelimo, partido no poder] se sustenta com recursos públicos e, portanto, para eles, esse valor não faz diferença. Eles já estão produzindo seus materiais”, acusou Macome.
“A Renamo está preparada para a campanha eleitoral, mas esse atraso na liberação dos fundos pela CNE representa um grande desafio para a programação de todos os partidos envolvidos no processo”, acrescentou.
Fonte: Lusa