O Pombe que vitimou 75 pessoas em Chitima não foi envenenado

A informação foi avançada  ontem, quarta-feira (04) pelo Ministério da Saúde.

O laboratório referido acima, identificou a presença da bactéria “Burkholderia gladioli”, um micro-organismo responsável pela produção de duas potentes toxinas na farinha de milho usada na confecção da bebida, chamada pombe, e que provocou 75 mortes e que 232 pessoas adoecesseram em Chitima, distrito de Cahora Bassa, na província de Tete.

Segundo avançou a Rádio Moçambique, o resultado da investigação conduzida pelas autoridades anunciada pelo Ministério da Saúde concluiu que a farinha de milho ficou deteriorada na casa onde estava armazenada, após chuvas que alagaram o local.

“Embora tenha sido considerada imprópria para consumo directo, a farinha foi julgada adequada para a produção de pombe”, adianta o relatório, indicando que a bactéria detectada neste ingrediente produziu uma “quantidade significativa” das toxinas (ácido bongrequico e toxoflavina).

Estas duas toxinas já constavam na literatura científica, que relatam casos de adoecimento súbito, comparáveis com o caso de Chitima, ocorridos na China e na Indonésia e também resultantes do consumo de alimentos fermentados.

“A ocorrência destas intoxicações é um evento relativamente raro”, observa, porém, o Ministério da Saúde, destacando que, no processo de confecção de pombe, que dura vários dias, vão sendo adicionadas doses de farinha na bebida numa fase em que esta já não é fervida.

Importa referir que um homem foi preso em Fevereiro, suspeito de ter envenenado a bebida, mas, segundo a investigação, “cai por terra a questão do envenenamento”, disse esta quarta-feira aos jornalistas Ilesh Jani, director do Instituto Nacional de Saúde, salientando que as autoridades tiveram sempre o cuidado de tratar o caso como uma intoxicação.