Os principais partidos de oposição em Moçambique, Renamo e o MDM, criticaram na quarta-feira passada a alegada omissão e leviandade com que a Procuradoria-Geral da República tratou a questão do assassínio do constitucionalista Gilles Cistac.
“Este relatório trata de forma leviana a questão da morte do constitucionalista Gilles Cistac. É tão vergonhoso que também trata de uma forma simplista a morte do juiz Dinis Silica”, afirmou António Muchanga, reagindo à informação anual da Procuradora-Geral da República de Moçambique, Beatriz Buchili.
No relatório, a procuradora-geral da República limita-se a referir que o caso do homicídio de Cistac, por desconhecidos no início de março, está em investigação.
Muchanga foi mais longe, criticando o facto de o documento referir que em alguns distritos já não há detidos em prisão preventiva, como resultado da celeridade processual, assinalando que a criminalidade aumentou.
“A informação que a Procuradora-Geral da República acaba de nos prestar é leviana, insonsa e incipiente, não reflete os acontecimentos criminais que se deram no ano em análise”, afirmou António Muchanga, reagindo, na sessão plenária da AR, ao balanço de Beatriz Buchili.
Por seu turno, o MDM também considerou omisso o relatório da magistrada, apontando a falta de mais informação sobre a morte de Gilles Cistac, ilícitos nas eleições gerais de 15 de outubro do ano passado e sobre notícias em relação ao alegado registo da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM), participada pela secreta moçambicana, na Holanda.
“Este relatório omite assuntos que são de inegável interesse público”, afirmou o deputado Fernando Bismarque, lendo a posição do terceiro maior partido moçambicano na AR.
A Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder, elogiou por seu lado a informação anual da Procuradora-Geral da República, encorajando Beatriz Buchili a continuar o empenho no combate à criminalidade.
“Da informação, mais uma vez, ficámos a saber que o Ministério Público está a enraizar a monitoria das suas atividades aos seus diversos níveis de intervenção e prevalece, de forma saudável, o bom relacionamento entre o Ministério Público e a Polícia de Investigação Criminal, seu órgão auxiliar”, afirmou José Amélia, deputado e vice-presidente da AR pela Frelimo.
Fonte : Lusa