O partido do Galo, Movimento Democrático de Moçambique, disse estar disponível para discutir a criação de uma região autônoma no centro e norte do país, exigida por líder da perdiz, Afonso Dhlakama.
O líder do MDM, Daviz Simango à saída de uma audiência ontem à tarde com o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse: “Temos de ouvir os moçambicanos – pode ser na base de um referendo – e permitir que aquilo que são as emendas à nossa Constituição tenham lugar, desde que essa seja a vontade da maioria”.
«Continuamos fiéis à nossa palavra… Entendemos que qualquer processo que possa surgir como proposta deve passar por um debate, estamos abertos a isso», sublinhou o presidente do MDM, aludindo ao projecto defendido pelo líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama.
Sobre a reunião com o presidente de Moçambique, Daviz Simango disse que não tem quaisquer razões de queixa, acrescentando que o mais importante agora é ver o que vai acontecer depois de muitos assuntos terem sido discutidos.
Daviz Simango apelou também a todos os cidadãos para fazerem parte dos assuntos que respeitam ao Estado: «É importante que não só os actores políticos mas toda a sociedade moçambicana se faça presente nos debates e discussões.»
O presidente da Renamo anunciou ontem, à saída da sua segunda ronda negocial com Nyusi, que a sua reivindicação de uma região autônoma no centro e norte de Moçambique será decidida no parlamento, esperando que o partido maioritário respeite os entendimentos alcançados com o Governo.
“O Presidente entendeu [as exigências] e a Renamo tem de apresentar um anteprojecto, que será submetido à Assembleia da República, no compromisso de que as bancadas terão de levar a sério, porque não será um anteprojeto normal em que a oposição apresenta e a bancada maioritária chumba”, disse o líder do maior partido de oposição.
O Presidente da República, que falou depois de Dhlakama, após a reunião, num hotel em Maputo, confirmou o anúncio do líder da Renamo, através de “um projecto que deve representar algumas vontades e, se essas vontades forem do povo, vão ser discutidas”.