“A Frelimo está envolvida no ataque contra Dhlakama”  diz Daviz Simango

O líder do Movimente Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, condenou veementemente os ataques contra o líder do maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama e, exige uma investigação para se apurar os autores. Daviz Simango acha que por detrás disso há um problema de ódio e vingança.

Numa entrevista que concedeu a DW África, o edil do município da Beira exortou a Polícia da República de Moçambique (PRM) a investigar o caso com seriedade e, encontrar os autores do atentado.

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“Nós temos de condenar o ataque em si, mas alguém tem de nos dizer quem o fez, não podemos adivinhar quem foi. É verdade, haverá relatos da RENAMO, haverá relatos das forças [armadas], mas quem foi?

Então, exigimos que as autoridades investiguem. E depois desses incidentes foram queimadas viaturas muito mais tarde e a polícia diz que foi a população, mas nós dizemos que não é a população, é uma pura mentira.

Como a população vai queimar as viaturas, ou como a RENAMO queima as suas próprias viaturas? Também penso que aqui há um problema de ódio e de vingança. Penso que não podemos construir uma democracia com ódio e é altura de nós os moçambicanos apendermos a trabalhar em democracia na diversidade”, disse Daviz Simango citado pela DW África.

Quando questionado se tinha medo que acontecesse distúrbios como os que aconteceram na Munhava com relatos de recrutamento forçado de soldados para servirem as forças armadas.

Daviz Simango respondeu nos seguintes termos: “Com a arrogância que se vive me Moçambique tudo é possível, mas este não pode ser o nosso desejo.

O que nós queremos é que, de facto, o moçambicano saiba onde e quais são os seus direitos e obrigações como cidadão, e que também os governantes o saibam respeitar e que prestem contas a quem governa.

O que está a acontecer em Moçambique é que ainda persiste muita arrogância, não há liberdade de imprensa. Nós ontem tolerávamos todo processo e aparecia a Rádio Moçambique a dizer que o MDM condenava o ataque.

O MDM não condena o ataque da RENAMO, o MDM condena quem a atacou. Agora cabe as autoridades dizerem, de facto, provas, estudos, investigações que foram feitos. E essa investigação tem de ser feita integrando os homens da RENAMO para a gente descobrir a verdade; a RENAMO tem de dizer como aconteceu isto e o exército tem de dizer o que aconteceu, mas numa investigação coletiva.

E o que ela nos traz? A verdade. Porque não podemos permitir que haja atentados contra seja quem for. Este atentado podia visar o líder da RENAMO. Porque se quer matar o líder da RENAMO? Ele é moçambicano, é nosso irmão, tem de viver conosco, tem de fazer política conosco.

É importante que a FRELIMO entenda que a oposição não é para ser combatida fisicamente.

Este ato nos cheira a interferência de pessoas ligadas à FRELIMO. Então, por isso pedimos uma investigação para não fazermos acusações falsas”.

Fonte: DW África

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