A assembleia da República rejeitou a criação da Comissão de Inquérito para investigar os esquemas de corrupção na EDM, que estão na origem dos péssimos serviços prestados por aquela empresa proposta pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
A Resistencia Nacional Moçambicana (Renamo), concordou com a criação da comissão, mas o partido Frelimo detendo a maioria absoluta (133 deputados dos 220) votou contra.
Segundo o Canal de Moçambique, a maior parte das empresas que estão envolvidas na grande corrupção instalada na EDM, são de altos dirigentes do partido Frelimo que incluem antigos e actuais dirigentes da empresa.
Durante o debate da proposta, o deputado da Frelimo, Lucas Chomera, disse que a Inspecção Geral de Finanças realizou, em 2014, uma auditoria na EDM, pelo que é extemporâneo a criação de uma comissão de inquérito.
“O processo está na fase de instrução e a Assembleia da República deve respeitar a separação de poderes”, disse.
Eduardo Namburete, deputado da Renamo, disse não perceber o receio que há em aprovar a criação da comissão de inquérito, se houver a certeza de que não vai encontrar nenhum problema naquela instituição pública.
“Não percebo o medo que a Assembleia da República tem em criar a comissão. Se não há nada, então criemos a comissão”, frisou.
Sublinhou que tendo em conta as suspeitas que pairam em torno do processo de adjudicação das obras e serviços na EDM, há mínimas razões para a criação da referida comissão.
Venâncio Mondlane, deputado do MDM, considera de “extrema seriedade e profundidade” os assuntos arrolados pelas peças jornalísticas e pesquisas especializadas centradas na EDM e que se mostra imperioso a criação de uma comissão de inquérito.
Mondlane fez questão de vincar que a EDM ainda não veio em público manifestar a sua posição face as acusações que pesam contra a sua empresa.