O problema político do pais não é o Afonso Dhlakama: Eduardo Sitoe

O académico e professor universitário Eduardo Sitoe, defende que o problema político do país não é o Afonso Dhlakama e o seu partido, mas sim a existência de segmentos de população que se sente marginalizadas e descontentes com as instituições políticas vigentes.

“Imagine se o Dhlakama não existisse ou se a Renamo não existisse, isso não quer dizer que o descontentamento deixaria de existir, a insatisfação, frustração continuaria, mas talvez que no lugar dessa plataforma teríamos várias pequenas plataforma para a manifestação deste descontentamento, eu penso que Dhlakama e a Renamo oferece uma plataforma que unifica todo este focos de descontentamento e frustração que existem no país, temos que reconhecer isso, são factos”, disse Eduardo sitoe.

eduado sitoe

Como solução o académico Eduardo Sitoe defende que haja um acordo entre a elite política governamental e a oposição sobre o funcionamento das instituições políticas do país.

“Por que se essa concordância existe, então o descontentamento, a frustração, a insatisfação que eventualmente existe em determinados segmentos da população, encontrará caminhos normais, naturais para serem expressos. Mas se não há concordância sobre essas instituições, as pessoas não concordam sobre essas instituições, não concordam sobre as regras do jogo, como é que as pessoas vão expressar o seu descontentamento, a sua frustração”, acrescentou o académico.

Para Sitoe, a manutenção da paz só pode ser possível através de soluções inovadoras e criativas.

“A paz está em perigo por que há segmento importantes da sociedade moçambicana que não está à vontade com a situação política do país, não estão a vontade as instituições políticas do país, não estão a vontade com as regras de jogo, por que acham que estas regras de jogo favorecem alguns grupos em detrimento de outros, esse que é o ponto principal, as pessoas devem concordar sobre as regras de jogo e, para isso pode ser podem ser regiões autônomas, podem ser províncias autônoma ou podem ser outras soluções, tem que ser inovadores, não pode ser ideias arcaicas, ideias fossilizadas, não vão resolver o problema da paz desse país”.

Eduardo Sitoe diz que desde a assinatura do acordo de paz, em 1992, nunca houve uma solução estrutural para resolver o problema de participação efectiva da Renamo no poder político.

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