Militares do Sudão do Sul autorizados a violar mulheres como forma de pagamento

Militares que combatem pelas forças governamentais do Sudão do Sul foram autorizados a “violar mulheres como forma de pagamento”.

“Trata-se de uma situação de direitos humanos entre as mais horríveis no mundo, com uma utilização em massa de violações como instrumento de terror e como arma de guerra”, disse o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein citado pela Lusa.

“A escala e o tipo de violência sexual, que são principalmente feito das forças governamentais e as milícias afiliadas – são descritos com detalhes terríveis e devastadoras, como a atitude – quase casual, mas calculada – daqueles que massacraram civis e destruíram propriedades e meios de subsistência”, acrescentou.

No seu relatório, a ONU referiu que “de acordo com fontes confiáveis, os grupos aliados do Governo estão autorizados a violar as mulheres como forma de pagamento”, sob o princípio “faça o que pode e leve o que quiser”.

Mais de 2,3 milhões de pessoas foram expulsas de suas casas, dezenas de milhares de mortas pela guerra e os dois lados envolvidos no conflito são acusados de atrocidades.

O relatório contém testemunhos sobre civis que eram suspeitos de apoiar a oposição, incluindo as crianças e pessoas com deficiência, que foram assassinados, queimados vivos, sufocados em contentores, mortos a tiro, pendurados nas árvores ou cortados em pedaços.

“Dada a amplitude, profundidade e gravidade das alegações, consistência, repetição e semelhanças observadas no procedimento, o relatório concluiu que há motivos razoáveis para crer que as violações podem constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, disse o alto comissário das Nações Unidas.

De acordo com as Nações Unidas, “a maior parte das mortes de civis não parece resultar de operações de combate, mas ataques deliberados contra civis.”

“Cada vez que uma zona do país muda de mãos, as pessoas responsáveis matam ou provocam o deslocamento do maior número possível de civis, com base na sua etnia”, segundo a organização.

Fonte: Lusa

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