Carlos Nuno Castel-Branco vai ser julgado devido a opinião sobre Guebuza

Fernando Banze, editor do diário moçambicano Mediafax e o economista Carlos Nuno Castel-Branco serão julgados pelos crimes contra a segurança do Estado e abuso de liberdade de imprensa.

Em declarações à Lusa em Maputo, Banze disse que o Tribunal Judicial do Distrito Municipal de Kampfumo marcou para o próximo dia 03 o seu julgamento, por abuso de liberdade de imprensa, e de Carlos Nuno Castel-Branco, por alegado crime contra a segurança do Estado, numa carta em que punha em causa a governação do ex-chefe do estado, Armando Guebuza, em que chegou a compara-lo a um fascista.

Banze, que publicou a carta no MediaFax, afirmou que espera uma resposta do tribunal a um pedido de adiamento do julgamento feito pela defesa de Carlos Nuno Castel-Branco para o dia 31 de agosto.

“Não me posso alongar em comentários sobre este caso, por recomendação do advogado, mas aguardo tranquilamente pelo desenrolar do processo, porque só me limitei a divulgar uma opinião”, disse o jornalista citado pela Lusa.

No processo, está também envolvido o jornalista Fernando Veloso, diretor do semanário Canal de Moçambique, que também publicou a carta, mas ainda não há data marcada para o seu julgamento por não ter sido encontrado para notificação, uma vez que se encontra em Portugal.

O académico, Carlos Nuno Castel-Branco, que se encontra em Inglaterra em atividades de docência, compartilhou com seus amigos e seguidores na sua conta oficial de Facebook que o seu advogado pediu o adiamento do julgamento, do dia 03 para 31 de agosto.

“Perguntaram-me se iria a Moçambique para o julgamento. Não tenho qualquer dúvida que vou. O que está em jogo não diz respeito só a mim, são questões muito mais amplas. Eu recuso-me a ser visto como um exilado político, não cometi nenhum crime, nem fiz nada de que me envergonhe”, escreveu o académico na sua conta oficial do Facebook.

Carlos Nuno Castel-Branco adianta que a Amnistia Internacional já está a organizar uma campanha de apoio aos três visados pelo processo aberto pela Procuradoria-Geral da República.

Na carta, que escreveu na sua página do Facebook, em novembro do ano passado, Carlos Nuno Castel-Branco acusa Armando Guebuza de querer “fascizar” o país, estar “fora do controlo” e de ter empurrado o país para a guerra, numa referência aos confrontos que na altura se travavam entre as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e o braço armado da Renamo, principal partido de oposição.

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